No Brasil, 14 milhões de pessoas podem voltar à faixa de pobreza. Essa, pelo menos, é a projeção do Banco Mundial publicada no relatório “Efeitos dos Ciclos Econômicos nos Indicadores Sociais da América Latina e Caribe: Quando os Sonhos Encontram a Realidade”. Divulgado recentemente, o documento analisou o progresso social na América Latina e Caribe nos últimos anos. A conclusão é de que a diminuição da pobreza entre 2003 e 2014 se deve a movimentos imprevisíveis e não foram determinados por políticas domésticas. No Brasil, 39,6 milhões de pessoas saíram da pobreza no período, mas só 13% disso foi resultado da capacidade do País de crescer com as próprias pernas. Programas como o Bolsa Família respondem por 33% na redução do índice de pobreza, enquanto a redistribuição de riqueza e renda é responsável por 54% desse movimento. Levando-se em consideração todos os países da região, esse índice fica em 35%. De 2014 a 2017, cerca de 7,4 milhões de brasileiros foram adicionados à faixa de pobreza. Os números são alarmantes por conta do curto espaço de tempo. Segundo o relatório, o caminho para a solução seria a diversificação da economia, a modernização da indústria, investimentos em educação e a redução da dependência de commodities.

(Nota publicada na Edição 1118 da Revista Dinheiro)