A diretora financeira e de Relações com Investidores da Qualicorp, Grace Cury Tourinho, disse nesta segunda-feira, 1, durante teleconferência com analistas convocada pela empresa para esclarecer o acordo de não competição de negócios com José Seripieri Filho, que o executivo “pode sair a qualquer momento”, ao longo dos seis anos do contrato. “Mas que se ele quiser sair, vai ter que respeitar na íntegra o acordo e devolver o dinheiro (proporcionalmente).”

Pelo contrato, Seripieri Filho, que é o diretor presidente e acionista detentor indireto de cerca de 15% do capital, vai receber o pagamento de R$ 150 milhões à vista, líquido, como indenização. Ele conta com 13.652.913 de ações, “equivalentes a 150% do valor da indenização”.

Segundo Grace, a Qualicorp poderá decidir se o prazo de seis anos será estendido por mais dois. Ela afirmou que, no quinto ano, apenas por vontade da companhia, este prazo pode ser estendido para oito anos.

Outra possibilidade, disse a executiva na teleconferência, é a de que, no quarto ano do contrato se decida por uma ampliação para até sete anos.

Questionada por um analista sobre quanto custaria essa ampliação, a executiva informou que o valor será semelhante ao pago proporcionalmente por ano, reajustado pela inflação. Ou seja, de cerca de R$ 25 milhões adicionais a cada ano. “Se a companhia entender que ele deve permanecer mais tempo, podemos tomar essa decisão”, afirmou.

O valor pago ao executivo, reforçou Grace, equivale a uma remuneração média calculada por três consultorias. “O valor equivale à remuneração de executivos com a mesma posição”, disse.

Segundo ela, o mercado de saúde passa por um momento de transição, em que os clientes não conseguem mais absorver determinados reajustes, e que Seripieri “é uma pessoa ímpar, que ninguém acha” no mercado.