Originadas do mesmo alimento, o leite de vaca, a intolerância à lactose e a alergia à proteína do leite são condições diferentes. A primeira situação ocorre quando o intestino não produz a enzima lactase em quantidade suficiente e não é capaz de quebrar e absorver o açúcar do leite.

Já a alergia à proteína do leite de vaca (APLV) é, como já diz o próprio nome, um quadro alérgico, com um mecanismo imunológico que pode ser mediado por IgE, que é a proteína produzida pelo organismo como forma de defender o corpo contra agentes infecciosos e suas toxinas.

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Causas da alergia e da intolerância

As causas da alergia e da intolerância também são distintas. A alergia é causada pela incapacidade do intestino em produzir lactose, que pode ser resultado de uma alimentação inadequada com alta quantidade de alimentos ultraprocessados e alteração de microbiota intestinal.

Já a intolerância é uma predisposição genética associada a uma exposição de proteína do leite na corrente sanguínea. Na intolerância, tal incapacidade também se deve à uma base primária por um fator genético, muito comum em orientais e seus descendentes.

Na alergia à proteína do leite de vaca não mediada, ou seja, quando o organismo não corresponde corretamente à produção de anticorpos IgE, os sintomas são gastrointestinais, por exemplo, prisão de ventre e gases.

Quando o problema é a intolerância, os seguintes sintomas podem ser constatados:

– Distensão abdominal (gases);
– Dor na região do abdômen;
– Sensação de empachamento;
– Diarreia;
– Náusea e vômito.

Diagnóstico

O diagnóstico de intolerância à lactose é principalmente clínico, realizado após a pessoa sentir sintomas depois de consumir laticínios, podendo ser confirmado entre 3 ou 4 semanas mediante dieta sem consumo de laticínios. Enquanto o de alergia à proteína do leite é realizado medindo a glicemia sanguínea e também o teste de hidrogênio expirado. Além do teste da análise do histórico clínico do paciente e dieta de exclusão.

Tratamento da intolerância à lactose

A intolerância à lactose, quando de base genética, não tem cura, contudo, quando causada por hábitos de estilo de vida, a melhora da alimentação e da flora intestinal pode ser feita para posterior introdução gradativa de lactose. O uso de enzima lactose também é útil nesse caso.

Já na APLV, a maioria das pessoas apresentará os sintomas por toda a vida e deve-se excluir todo e qualquer alimento à base de proteína do leite. No entanto, a solução para o contorno dessas duas condições pode ser a utilização de fórmulas extensamente hidrolisadas (FEH), como aminoácidos, soja e outros leites vegetais suplementados com cálcio. Mas a nutróloga Dra. Daniela Gomes ressalta que é sempre importante consultar um especialista.

Todo tipo de leite de origem animal deve ser evitado

É importante salientar que os alérgicos à lactose jamais devem ingerir leite e/ou qualquer dos seus derivados, inclusive aqueles alimentos que têm traços de contaminação por lactose.