A Organização de Cooperação de Xangai, liderada por Moscou e Pequim, deve se impor como sócia dos talibãs para que os novos governantes do Afeganistão cumpram suas promessas de combater o “terrorismo”, afirmou o presidente russo Vladimir Putin, em uma cúpula realizada nesta sexta-feira (17).

Este órgão, do qual fazem parte Índia, China, Rússia e vários países da Europa central, pretende rivalizar com a influência dos Estados Unidos, embora sua ação concreta ainda esteja limitada.

“É importante mobilizar o potencial da organização para facilitar o início de um diálogo inclusivo entre os afegãos e também para bloquear as ameaças de terrorismo, tráfico de drogas e extremismo religioso deste país”, informou Putin, que participou deste encontro de forma virtual.

“Os talibãs controlam praticamente todo o território do Afeganistão e precisamos estimular as novas autoridades afegãs para que mantenham suas promessas”, continuou o presidente russo, citando seu compromisso de “instaurar a paz, normalizar a vida pública e garantir a segurança de todos”.

A Rússia considera o movimento Talibã como terrorista, mas esteve dialogando com o grupo durante anos.

Moscou se mostrou um conciliador desde sua tomada de poder, devido às suas promessas de não permitir que as organizações “terroristas” se estabeleçam lá, de não atacar seus vizinhos, principalmente os países aliados da Rússia na Ásia central e de frear o tráfico de heroína e ópio.