O presidente russo, Vladimir Putin, defendeu que é importante garantir “uma transferência de poder” na Rússia e rejeitou o modelo do dirigente vitalício que existia na época da então União Soviética, ao ser questionado sobre uma eventual supressão das limitações ao mandato presidencial.

“Na minha opinião, seria muito preocupante voltar à situação de meados dos anos 1980, quando os dirigentes ficavam no poder até o fim de seus dias” e “iam embora sem garantir as condições necessárias para a transferência do poder”, afirmou Putin, em um encontro, sábado (18), com veteranos da Segunda Guerra Mundial em São Petersburgo, sua cidade natal.

“Por isso, lhe agradeço muito, mas acho que é preferível não voltar à situação de meados dos anos 1980”, reforçou o presidente, de acordo com as declarações publicadas no site institucional do Kremlin.

Esta semana, Putin propôs introduzir mudanças na Constituição adotada em 1993, dando lugar a especulações sobre seu futuro político depois de 2024. Este ano encerra seu mandato presidencial, sem possibilidade de reeleição.

Os líderes soviéticos Leonid Breznev, Yuri Andropov e Konstantin Chernenko morreram, enquanto ainda estavam no poder.

O último dirigente da União Soviética, Mikhail Gorbachov, sucessor de Chernenko em março de 1985, foi o promotor da “Perestroika” (reestruturação) e da “Glasnot” (transparência).

Putin, de 67 anos, disse compreender a “preocupação” da população sobre a continuidade do poder.

“Para muitos, relaciona-se a preocupações sobre a estabilidade da nossa sociedade, a estabilidade no Estado, a estabilidade tanto no exterior quanto doméstica. Entendo isso perfeitamente”, completou Putin.