(Reuters) – O presidente da Rússia, Vladimir Putin, disse nesta quarta-feira que o país vai começar a vender gás para “países hostis” em rublos, depois de um congelamento de ativos realizado por nações estrangeiras que destruiu a confiança de Moscou.

A dependência dos países europeus do gás russo e de outras exportações foi colocada no centro das atenções desde que a Rússia enviou dezenas de milhares de soldados para a Ucrânia em 24 de fevereiro, no que chamou de operação especial para reduzir as capacidades militares do país vizinho e erradicar as pessoas que chamou de nacionalistas perigosos.

“A Rússia continuará, é claro, a fornecer gás natural de acordo com volumes e preços… fixados em contratos previamente celebrados”, disse Putin em uma reunião televisionada com os principais ministros do governo.

“As mudanças afetarão apenas a moeda de pagamento, que será alterada para rublos russos.”

Putin afirmou que o governo e o banco central têm uma semana para encontrar uma solução sobre como transferir essas operações para a moeda russa e que a gigante de gás Gazprom terá que fazer as alterações correspondentes nos contratos de gás.

Segundo a Gazprom, 58% de suas vendas de gás natural para a Europa e outros países a partir de 27 de janeiro foram liquidadas em euros. Os dólares norte-americanos representaram cerca de 39% das vendas brutas e a libra esterlina cerca de 3%.

O gás russo representa cerca de 40% do consumo total de gás da Europa.

“Um procedimento compreensível e transparente de fazer pagamentos deve ser criado para (todos os compradores estrangeiros), incluindo aquisição de rublos russos em nosso mercado de câmbio doméstico”, disse Putin.

As forças ucranianas montaram forte resistência às ações da Rússia e o Ocidente impôs sanções abrangentes contra a Rússia em um esforço para forçá-la a retirar suas forças.

A Rússia elaborou uma lista de países “hostis”, que corresponde àqueles que impuseram sanções, incluindo EUA, Estados membros da União Europeia, Reino Unido, Japão, Canadá, Noruega, Cingapura, Coreia do Sul, Suíça e Ucrânia.

(Reportagem da Reuters)

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