Uma pulseira inteligente, criada para acompanhar o período fértil de mulheres, foi capaz de detectar a covid-19 antes mesmo do surgimento dos primeiros sintomas.

A descoberta é de um consórcio de pesquisadores europeus e canadenses e foi publicado nesta terça-feira (21) na revista científica BMJ Open. O estudo envolveu 1.163 pessoas abaixo dos 51 anos, moradores de Liechtenstein, que foram observados entre abril de 2020 e março de 2021.

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Nesse período, as pessoas precisavam usar a smartband AVA, que identifica o período fértil de mulheres, durante a noite. Com três sensores, o aparelho salvava a cada 10 segundos os dados dos usuários referentes a frequência e alterações respiratórias, cardíacas e de temperatura, assim como a qualidade do sono. Os participantes do estudo faziam regularmente testes rápidos de antígeno, enquanto os que apresentavam sintomas eram submetidos ao exame do tipo PCR.

Foram coletados 1,5 milhão de horas de dados fisiológicos durante quase um ano de pesquisa, e 127 pessoas tiveram covid-19 no período. Os pesquisadores registraram mudanças significativas no organismo dos infectados durante o período de incubação (antes de surgirem os sintomas), durante a doença e também na recuperação.

Com as mudanças registradas pelo dispositivo foi possível identificar 68% dos casos positivos dois dias antes do surgimento dos primeiros sintomas da doença.

Segundo os pesquisadores, o diagnóstico precoce da covid-19 pode ser incorporado ao software da pulseira e ajudar os usuários infectados a tomar os cuidados para não transmitirem a doença para outras pessoas. A pesquisa agora entra em uma nova fase, na qual será analisado um grupo de 20.000 pessoas nos Países Baixos, com os resultados prometidos ainda para o ano de 2022.