Deputados do PT negociam mudanças no relatório apresentado na Comissão Especial da reforma da Previdência dos Militares para beneficiar os praças – militares de patentes mais baixas. Em troca, o partido não apresentaria requerimento para que a votação seja levada a plenário.

A votação na comissão é terminativa, mas, se for apresentado um requerimento com 51 assinaturas, o texto segue para o plenário da Câmara dos Deputados.

O PT quer modificar o texto para criar um adicional de 10% sobre o salário para os praças que ocuparem posições de comando. Para manter o impacto financeiro à União, seria retirado um adicional de 10% dado a generais que passam à reserva.

Como mostrou o Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado) na terça-feira, 22, o reajuste maior para as altas patentes previsto no projeto de reforma da Previdência dos militares revoltou os praças. Militares da reserva de baixa patente de associações e da reserva acompanham a votação.

O presidente da Associação de Praças das Forças Armadas (Aprafa-Brasil), Jair da Silva Santos, disse que o presidente Bolsonaro perdeu o apoio maciço que tinha entre os militares de graduação mais baixa. “De subtenente para baixo, estão todos revoltados. Todos falando que não vão apoiar Bolsonaro em uma nova eleição por causa da falta de consideração do presidente”, afirmou.

Sessão

No início da tarde, a comissão suspendeu, pela segunda vez, a sessão para votação do projeto. Os deputados tentam novas alterações no texto do relator Vinícius Carvalho (Republicanos -SP), para fechar um acordo para votação. Ainda há reclamação por parte de parlamentares e de policiais sobre a falta de clareza no texto que estabelece uma transição para o tempo mínimo de aposentadoria.