O PSOL protocolou um mandado de segurança no Supremo Tribunal Federal (STF) para impedir a votação do acordo de salvaguardas tecnológicas entre o Brasil e os Estados Unidos que permite o uso comercial da Base de Alcântara, no Maranhão. Para o partido, a medida fere a Constituição Federal em seu primeiro princípio fundamental que é o da soberania nacional.

O projeto foi aprovado por 21 votos a 6, no fim de agosto, pela Comissão de Relações Exteriores da Câmara, que é presidida pelo deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP). A negociação é uma das metas do presidente da República Jair Bolsonaro para estreitar as relações com os norte-americanos. O acordo foi assinado em março, durante a viagem do presidente ao país chefiado por Donald Trump.

O acordo de salvaguardas tecnológicas prevê a proteção de conteúdo com tecnologia americana usado no lançamento de foguetes e mísseis a partir da Base de Alcântara. Atualmente, 80% do mercado espacial usa tecnologia americana e, portanto, a ausência de um acordo de proteção limita o uso da base brasileira.

Eduardo, um dos filhos do presidente, deve usar o projeto como trunfo político para se credenciar como embaixador dos EUA. A possível indicação de Eduardo ao posto gerou críticas por parte da oposição na comissão, para quem o parlamentar teria “interesse pessoal” na questão.