Milhares de separatistas se manifestaram em vários municípios da Catalunha, nesta terça-feira (16), para pedir a libertação de seus dirigentes quando se completa um ano da entrada na prisão dos ativistas Jordi Sánchez e Jordi Cuixart.

“Acusamos o Estado de mentir para condenar os que sempre defenderam a paz, o diálogo e a liberdade”, lançou Marcel Mauri, vice-presidente da Omnium Cultural, entidade separatista dirigida por Cuixart.

“Essas acusações são infundadas, todos devem estar nas ruas. Eles não têm vergonha”, insistiu, no protesto convocado em Barcelona com o slogan “Um ano de vergonha, um ano de dignidade”.

Manifestações similares aconteceram em muitos municípios desta região do nordeste da Espanha, assim como em frente às prisões onde os dirigentes separatistas se encontram.

Cuixart e Jordi Sánchez, ex-presidente da influente associação ANC, foram os primeiros líderes do movimento secessionista a serem colocados em prisão preventiva.

Atualmente são nove os dirigentes separatistas presos que esperam ser julgados por rebelião, punível com até 25 anos de encarceramento, por seu papel na tentativa de independência em 2017 durante a presidência de Carles Puigdemont.

Sua prisão provocou grande indignação, inclusive entre setores contrários ao separatismo, e a ONG Anistia Internacional pediu que eles fossem libertados “imediatamente”.

“A organização considera que a manutenção desta medida constitui uma restrição excessiva e desproporcional de seus direitos à liberdade de expressão e de reunião pacífica”, insistiu a Anistia na segunda-feira.

“Não entendemos como isto pode acontecer no século XXI, haver pessoas presas por organizar uma manifestação”, lamentava Pol García, um estudante de 20 anos na manifestação de Barcelona.

“São pessoas inocentes que já estão presas há um ano, um ano pedido de suas vidas que ninguém irá devolver”, insistiu.

O governo regional, presidido agora por Quim Torra, pede a sua libertação e absolvição ao novo presidente Pedro Sánchez, embora este afirme que se trata de uma questão judicial.