“Papai Noel existe”. Foi assim que José Carlos Blat, da Promotoria de Defeasa do Patrimônio de São Paulo, um dos vários promotores que investigam Paulo Maluf por suspeitas de corrupção há quase duas décadas, comemorou a decisão do ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), que determina o cumprimento da pena de sete anos, nove meses e 10 dias imposta ao deputado do PP.

“Me sinto surpreso com a decisão, embora já esperasse isso do ministro Fachin. É um duro golpe na corrupção no Brasil. Posso dizer que Papai Noel existe porque foi um grande presente. Não para o Ministério Público mas para toda a sociedade brasileira pois se tratava de um exemplo extremamente negativo em que tudo era possível e nada tinha uma efetiva punição”, disse Blat.

Diante da informação de um repórter sobre a decisão de Fachin, o promotor se mostrou incrédulo. “Tem certeza que não é fake news (notícia falsa)?”.

Sílvio Marques, também da Promotoria de Defesa do Patrimônio, disse que foi uma decisão histórica. É ele quem assina a ação principal que levou à prisão cautelar de Maluf por 40 dias, em 2005.

“Essa é uma decisão histórica para o Ministério Público de São Paulo porque temos provas claras de que o ex-prefeito desviou US$ 400 milhões, hoje seria aproximadamente US$ 1 bilhão em valores atualizados. Então é uma pena absolutamente merecida para quem não se comportou com o contribuinte e aproveitou para enriquecer à custa do dinheiro público”, disse Marques.