Por Trevor Hunnicutt

WASHINGTON (Reuters) – Quase um ano depois de o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, pedir uma “ação real” contra a brutalidade policial como parte de uma promessa de resolver a desigualdade racial do país, ele enfrenta os limites do poder presidencial.

A Casa Branca descartou uma comissão de supervisão policial proposta nesta semana para se concentrar em um projeto de lei de reforma policial que tem pouca perspectiva no Congresso. A medida coincide com uma revolta crescente contra a morte de mais um homem negro, Daunte Wright, que foi parado pela polícia a poucos quilômetros de onde George Floyd foi morto em maio.

Embora democratas, republicanos, sindicatos policiais e ativistas de direitos civis concordem que o policiamento precisa mudar nos EUA, ainda não parece haver um caminho imediato para uma reforma nacional ampla, dizem ativistas.

“Dá um pouco a sensação de que empacamos”, disse DeAnna Hoskins, ex-conselheira de políticas do Departamento de Justiça e hoje presidente do grupo de ativismo JustLeadershipUSA. “As boas intenções estão lá, mas também sabemos que as boas intenções pavimentam a estrada para o inferno.”

Os EUA têm uma taxa de mortes de civis cometidas por policiais muito maior do que outros países ricos, de acordo com a Prison Policy Initiative. Homens negros correm mais de duas vezes mais risco de morrer sob custódia policial do que homens brancos, mostrou um estudo de 2018.

A estratégia da Casa Branca de Biden é dar todo seu apoio a um projeto de lei de reforma abrangente conhecido como Lei George Floyd de Justiça no Policiamento e ao mesmo tempo reformular o Departamento de Justiça, que detém o poder mais tangível do governo federal sobre os departamentos de polícia.

(Reportagem adicional de Sarah N. Lynch)

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