A equidade de gênero, tema que ganha força no meio empresarial, chegou ao Instituto Butantan. Gestoras e diretoras de diferentes áreas da instituição deram início ao projeto Mulheres na Alta Gestão do Butantan. A proposta visa aumentar a participação feminina em cargos elevados e de liderança – não só na entidade.

As mulheres têm participação no conselho gestor e lideram 30% dos colaboradores do Instituto Butantan. Apesar disso, nos cargos mais altos com poder de decisão, apenas um quarto dos gestores são do sexo feminino, proporção diferente da encontrada nas demais posições.

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Embora o projeto seja organizado por gestoras do Butantan, os trabalhos são abertos a mulheres de outras empresas, indiferentemente do ramo de atuação. A intenção é ampliar as discussões sobre os desafios do dia a dia, especialmente os pautados pela diferença de gênero. Quatro reuniões já foram promovidas pelo grupo.

A discussão é mais do que válida. Pesquisa realizada este ano pela consultoria Grant Thorton com 250 empresas revela que as mulheres ocupam 38% dos cargos de liderança no Brasil, índice um pouco abaixo do registrado no ano passado (39%), mas ainda assim acima do computado em 2019 (25%). Já em relação a outros países, o Brasil está atrás da África do Sul (42%), Turquia e Malásia (40%, cada). A média na América Latina é de 35% e a global de 32%.

O estudo mostrou ainda que no Brasil 6% das empresas não mantêm mulheres em cargos de liderança, número abaixo da média da América Latina (11%) e da global (10%). Em relação a cargos, a participação feminina no País é de 35% no posto de presidente-executivo (CEO), um ponto percentual abaixo do verificado em 2021. No segmento financeiro houve alta de quatro pontos percentuais, agora em 47%, enquanto foram registradas quedas em outros postos de alto escalão na comparação anual. Casos, por exemplo, de recursos humanos (40%), menos três pontos percentuais, e diretoria de vendas (17%), menos oito pontos percentuais.

A iniciativa de gestoras e diretoras do Instituto Butantan está alinhada com os preceitos do Women on Board, movimento global apoiado pela ONU Mulheres, que busca reconhecer, valorizar e divulgar a existência de ambientes corporativos com a presença de mulheres em conselhos de administração ou conselhos consultivos, para demonstrar os benefícios desta diversidade ao mundo empresarial e à sociedade.