Durante a Guerra Fria, os cientistas do Exército americano planejaram esconder centenas de ogivas nucleares sob o manto de gelo da Groenlândia. Era 1960 e se uma guerra nuclear estourasse, os EUA queriam estar perto o suficiente para atacar a União Soviética com mísseis de médio alcance.

Mas o projeto ultrassecreto foi abandonado. Porém o trabalho não foi totalmente infrutífero, já que os geólogos seguraram amostras de solo antigo a cerca de 4.500 pés abaixo da superfície do gelo.

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Os pedaços congelados foram armazenados em potes de biscoitos de vidro por cinco décadas, até que pesquisadores da Universidade de Vermont descongelaram os pedaços. Os mantos de gelo normalmente pulverizam e destroem tudo em seu caminho, mas o que os pesquisadores descobriram foram estruturas delicadas de plantas, perfeitamente preservadas, como se tivessem “morrido ontem”, disse Andrew Christ, um dos cientistas.

Os resultados sugeriram que deve ter havido um período sem gelo na região muito mais recentemente do que os cientistas imaginavam anteriormente. Em um novo estudo, eles sugerem que o manto de gelo da Groenlândia derreteu e se reformou pelo menos uma vez no último milhão de anos. Antes disso, os cientistas pensavam que o atual manto de gelo já existia há cerca de 3 milhões de anos.

O estudo traz evidências que uma atmosfera mais quente levará ao total derretimento do gelo da Groenlândia – processo que parece já ter alcançado um ponto sem volta: “Esta não é uma questão a ser resolvida daqui a 20 gerações; este é um problema urgente para os próximos 50 anos”, concluiu o geocientista Paul Bierman.