A situação no Iêmen, onde dez milhões de pessoas sofrem com a escassez aguda de alimentos, exige uma resposta imediata – alertou o Programa Mundial de Alimentos (PMA) nesta sexta-feira (10), acrescentando que precisa “com urgência” de US$ 737 milhões até o final do ano.

“Precisamos agir agora e agir rapidamente. É extremamente grave. Todos os indicadores estão vermelhos”, disse a porta-voz da agência, Elisabeth Byrs, durante uma reunião virtual com a imprensa em Genebra.

“O Iêmen está sofrendo uma crise múltipla”, disse Byrs, citando o aumento dos preços dos produtos básicos, a desvalorização do rial (a moeda nacional), a propagação da COVID-19 e a guerra ainda em curso no país.

As agências humanitárias alertam para a situação no Iêmen há várias semanas.

Neste território, cerca de 24 milhões de habitantes – mais de dois terços da população – dependem de ajuda humanitária.

As Nações Unidas conseguiram arrecadar aproximadamente metade dos US$ 2,41 bilhões em ajuda necessários, em uma conferência virtual de doadores, organizada em junho passado.

O conflito no Iêmen é travado entre as forças do governo, apoiadas por uma coalizão militar liderada pela Arábia Saudita, e os rebeldes huthis, que contam com o suporte do Irã. Estes últimos tomaram grande parte do norte del país, incluindo sua capital, Sanaa, em 2014.

Até o momento, o conflito deixou milhares de vítimas, principalmente civis, e quatro milhões de deslocados.