As ações de empresas ligadas à produção e comercialização de maconha caíram nesta quarta-feira (17), no primeiro dia após o Canadá se tornar o segundo país no mundo a legalizar o uso recreativo da erva. A baixa atingiu as três maiores representantes do setor: Canopy Growth (-2,02%), Tilrat (-2%) e Cronos (-6,74%).

Apesar das quedas nesta quarta, as empresas acumularam uma série de resultados positivos desde que o Canadá anunciou a liberação do uso da maconha. A Canopy Growth aumentou 128% sua capitalização de mercado, passando para US$ 12,2 bilhões, depois que a Constellation Brands – a gigante das bebidas por trás da cerveja Corona e da vodca Svedka – anunciou um investimento de US$ 4 bilhões na companhia.

Já sua concorrente Tilray aumentou o valor de mercado em 555% nos últimos meses ao fechar uma série de negócios para o fornecimento da erva.

Na terça-feira, analistas da Benchmark disseram que o mercado recreativo de cannabis do Canadá pode atingir 10,5 bilhões de dólares canadenses até 2023 e sugeriu que Tilray continuaria a liderar o grupo.

“Esperamos que a Tilray adquira uma parcela significativa do mercado canadense de cannabis com base nos contratos iniciais de fornecimento e através de sua vantagem na construção de escala e fortalecimento de marcas e produtos nacionais em uma ampla e crescente categoria”, disse o analista Mike Hickey.

Legalização depois de dois anos de debates

O Canadá legalizou a partir desta quarta o uso recreativo da maconha. Pela lei, os canadenses podem comprar e cultivar. A discussão se estende no país há dois anos e integrou a plataforma de campanha eleitoral do primeiro-ministro canadense, Justin Trudeau, em 2015.

Desde 2001, o uso da maconha era autorizado para fins medicinais. O Senado do Canadá aprovou a legalização do uso recreativo da maconha em junho.

Pelas normas, os canadenses precisam ter 18 anos para comprar maconha. Porém, há  províncias que elevaram a exigência da idade para 21 anos, como Quebec. Não é autorizado fumar em locais públicos.

É permitido o porte de até 30 gramas por pessoa e o cultivo de quatro plantas em casa. Em algumas províncias, há limites para o lucro, como Newfoundland, que fixou em 8% o total.

O Canadá se tornou o segundo país do mundo a legalizar o uso da maconha para fins recreativos, depois do Uruguai, que adotou a medida em 2013.