SÃO PAULO (Reuters) – A colheita de trigo no Rio Grande do Sul, segundo maior Estado produtor do cereal no país, pode superar a marca de 3,7 milhões de toneladas, estimou nesta terça-feira a Federação das Cooperativas Agropecuárias do Estado (FecoAgro/RS) elevando sua projeção ante os 3,3 milhões apontados anteriormente.

Este volume será possível caso o clima se mantenha favorável até o final do ciclo, considerando que os trabalhos de colheita ainda estão em andamento e os produtores seguem atentos ao cenário de chuvas.

“Na última semana algumas localidades tiveram mais de 300 milímetros de chuva, o que é ruim para o trigo. Existe previsão de um tempo bom por um certo período, mas sempre há uma indefinição sobre o clima no Rio Grande do Sul, que é muito chuvoso historicamente em outubro”, alertou o presidente da FecoAgro, Paulo Pires, em nota.

Apesar disso, o executivo afirmou que, até o momento, o andamento da safra como um todo é positivo.

“Mesmo que em algumas regiões, como as Missões e Grande Santa Rosa, tenha ocorrido falta de chuvas nos meses de julho e agosto, deverá se ter uma colheita normal, ao contrário do ciclo passado onde houve uma frustração por causa das geadas”, disse.

Dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) mostram que a produção gaúcha de trigo no ano passado ficou em 2,26 milhões de toneladas. Para 2021, a expectativa da estatal é semelhante à da FecoAgro, em torno de 3,78 milhões de toneladas.

“O mercado está aquecido, com demanda de trigo para exportação, das indústrias moageiras e para a nutrição animal, que vem crescendo substancialmente com o apoio e incentivo das entidades do setor”, acrescentou o presidente da federação.

As cooperativas agropecuárias são responsáveis, em média, pela originação de cerca de 60% do trigo no Rio Grande do Sul anualmente.

(Por Nayara Figueiredo)

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