SÃO PAULO (Reuters) -A produção de café do Brasil deve alcançar 61,10 milhões de sacas na temporada 2022/23, alta de 8% em relação ao ciclo anterior, informou a consultoria Safras & Mercado nesta quarta-feira.

A estimativa da produção, no entanto, mostra um recuo de 12% ante o ciclo de 2020, último de bienalidade positiva.

O café arábica deve ver uma produção com alta de 11% em comparação com a safra anterior, totalizando 38,8 milhões de sacas. No compativo com a colheita de 2020, trata-se de queda de 23% –o que corresponde a uma perda de potencial produtivo de 11,40 milhões de sacas, pela variedade ser mais vulnerável aos problemas climáticos ocorridos no ano passado.

“Praticamente todas as regiões produtoras de arábica perderam potencial de carga produtiva, com destaque negativo ao Sul e Cerrado de Minas e a região da Mogiana em São Paulo”, disse em nota o consultor da Safras & Mercado Gil Barabach.

A variedade conilon/robusta, por sua vez, deve alcançar 22,30 milhões de sacas esse ano, com alta de 3% em relação à temporada passada.

Segundo a consultoria, a produção de conilon é beneficiada pelo clima favorável e preços altos, o que ajuda a atenuar as perdas do arábica.

Ainda de acordo com a Safras, a comercialização total de café do Brasil alcançou até o dia 14 de março 28% da produção esperada para 2022/23 e, assim, caminha em linha com igual época do ano passado.

As vendas de arábica somaram 33% devido a um início de negociações mais ativo, mas agora estão abaixo dos 35% registrados no mesmo período de 2021.

No conilon, a comercialização chega a 21%, em alta em relação a igual época do ano passado, quando as vendas giravam em torno de 16% da produção esperada.

“A perda de potencial da safra de arábica 2022 e a disparada no preço levou as indústrias locais, em particular torrado e moído, a antecipar suas compras com conilon, justificando a melhor performance na comercialização da safra 2022”, disse o consultor.

A indústria adota agora uma postura mais curta, diante da proximidade da safra e da queda nos preços, acrescentou ele.

(Por Laís Morais e Nayara Figueiredo)

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