A Procuradoria Regional Eleitoral em Brasília recebeu nesta quinta-feira, 16, uma representação do grupo interno de trabalho dedicado ao combate à violência política de gênero sugerindo a abertura de investigação sobre os ataques do apresentador e animador de TV Ratinho à deputada federal Natália Bonavides (PT-RN).

Ao comentar o projeto de lei apresentado pela petista para acabar com a referência de gênero dos casais nas declarações de casamento, o apresentador sugeriu “pegar uma metralhadora” contra a parlamentar. Ratinho ainda mandou a deputada “lavar roupa”, “lavar louça” e “costurar a calça do marido”, “a cueca dele”.

“A gente tinha que eliminar esses loucos”, disse em seu programa de rádio. “Nem dá pra, o quê, pegar uma metralhadora?”.

As procuradoras Raquel Branquinho e Nathália Mariel Ferreira de Souza, coordenadoras do Grupo de Trabalho para Prevenção e Combate à Violência Política de Gênero do MP Eleitoral, viram indícios de violência psicológica.

De acordo com a representação, Ratinho também pode ser enquadrado pelo crime previsto no artigo 326-B do Código Eleitoral. O texto proíbe “assediar, constranger, humilhar, perseguir ou ameaçar, por qualquer meio, candidata a cargo eletivo ou detentora de mandato eletivo, utilizando-se de menosprezo ou discriminação à condição de mulher ou à sua cor, raça ou etnia, com a finalidade de impedir ou de dificultar a sua campanha eleitoral ou o desempenho de seu mandato eletivo”.

O pedido foi enviado ao gabinete do procurador-regional eleitoral Zilmar Drumond.

COM A PALAVRA, RATINHO

A reportagem busca manifestação do apresentador Ratinho. O espaço está aberto.