A Uber começou a ser investigada, nesta quarta-feira (22), após a empresa admitir que hackers roubaram os dados de 57 milhões de usuários do serviço em todo o mundo no final de 2016, inclusive de 600 mil motoristas.

Os procuradores dos estados de Nova York, Eric Schneiderman, e Connecticut, George Jepsen, abriram investigações.

Na terça-feira, a empresa revelou que foi hackeada em outubro de 2016 e que manteve o ataque em segredo durante mais de um ano.

Os nomes dos usuários, assim como seus e-mails e números de telefone foram roubados, informou o diretor-executivo do Uber, Dara Khosrowshasi, em um comunicado.

Baseado em uma investigação externa, o diretor-geral do Uber afirmou que a informação sobre os trajetos realizados, os números de cartões de crédito e contas bancárias, os números de seguridade social e datas de nascimento dos usuários não foram roubados.

O escritório de Schneiderman não forneceu detalhes sobre o objetivo preciso da investigação, mas o Uber havia alcançado em janeiro de 2016 um acordo com o procurador sobre a proteção dos dados de seus clientes.

A investigação é a segunda após uma primeira iniciada em 2014 sobre outro ataque cibernético. Na ocasião, Uber pagou uma multa de 20.000 dólares por não ter revelado imediatamente o caso às autoridades.

De acordo com fonte próximas ao caso, o Uber teria pago 100.000 dólares aos hackers para que destruíssem as informações, sem divulgar aos usuários ou aos motoristas, cujos dados estavam em risco.

“Ao decidir não revelar este ataque cibernético maciço, tentar atenuar as consequências pagando aos criminosos para destruir os dados, Uber brincou com as informações pessoais de seus usuários e condutores”, afirmou Cari Campen Laufenberg, advogada da Keller Rohrback, empresa especializada em queixas coletivas contra ataques rackers.

“Além disso, escondeu durante mais de um ano, privando as vítimas de um tempo precioso para tomar medidas a fim de atenuar (as consequências do) roubo de seus dados privados”, acusou.

A revelação do novo ataque é mais um golpe à reputação da empresa, que tenta deixar para trás as acusações de falhas na verificação de antecedentes criminais de seus motoristas e de abusos sexuais dentro da companhia.

Khosrowshahi assumiu a direção da empresa no fim de agosto, substituindo o fundador Travis Kalanick, expulso por investidores que queriam restaurar a imagem do grupo.