Chicago, 29 – O avanço da peste suína africana (ASF, na sigla em inglês) na China, que reduziu consideravelmente o plantel de suínos do país, vem abrindo oportunidades para as processadoras de proteína animal norte-americanas. O declínio no rebanho chinês levou a um aperto na oferta global e, consequentemente, aumento nos preços da carne suína. Ao mesmo tempo, empresas norte-americanas mantêm seus planteis saudáveis e com produção recorde para abastecer a demanda crescente pelo produto.

A baixa na produção de carne suína pela China, que responde por metade do plantel global, reduz a oferta mundial do produto em cerca de 6%, segundo a analista da consultoria de investimentos Vertical Group, Heather Jones. “Isso (redução do plantel) é sem precedentes. Simplesmente não há oferta suficiente para substituir essa lacuna.”

Somente nas duas últimas semanas, exportadores dos Estados Unidos venderam 101,2 mil toneladas de carne suína para a China, mesmo com a permanência das tarifas retaliatórias. Já no acumulado de 2017, China e Hong Kong compraram 495,6 mil toneladas e em 2018, 351,7 mil toneladas, segundo dados da Federação de Exportação de Carne dos EUA.

A fim de preencher o déficit no fornecimento, processadoras dos EUA investem em novas unidades com objetivo de exportar carne suína para o país asiático. No mês passado, a Prestage Farms abriu uma unidade de processamento de suínos em Iowa, com aporte de US$ 309 milhões.

Segundo o CEO da companhia, Ron Prestage, já no fim de 2018, importadores chineses demandaram carne suína. Prestage disse que se encontrou com autoridades chinesas na semana passada. “Isso nos ajudará a obter uma vantagem mais rápida do que esperávamos”, disse Prestage, que estima lucros na nova planta em 2020.

Já a Tyson Foods obteve a aprovação para duas unidades em Iowa para exportação de carne suína para a China. A Smithfield Foods, com sede na Virgínia, está reestruturando algumas fábricas para produzir mais carcaças para serem vendidas para a China.

A demanda chinesa pelos produtos suínos dos EUA também vem se expandindo para novos cortes, como os subprodutos do animal, como pés, coração e cabeça, de acordo com autoridades da indústria de carne do país.

Analistas observam que a redução global no fornecimento de carne também impulsionará os processadores de aves, como a Pilgrim’s Pride, a Sanderson Farms e a Tyson, em virtude da substituição de proteína animal para consumo. Fonte: Dow Jones Newswires.