A decisão de privatização da Eletrobras, anunciada nesta semana pelo governo federal, deve ser atribuída à ex-presidente da República Dilma Rousseff, que implementou uma Medida Provisória na tentativa de reduzir o custo da conta de luz, que gerou crise no setor elétrico. A opinião é do ex-presidente do Banco Central (BC) e estrategista-chefe da gestora Rio Bravo, Gustavo Franco. “Temos que agradecer a Dilma Rousseff pela decisão da privatização da Eletrobras”, afirmou, em palestra no Congresso Internacional dos Mercados Financeiros e de Capitais, organizado pela B3.

Segundo Franco, a ferida no estatismo começou com o “Petrolão”. Ele afirmou também que o anúncio da privatização da Eletrobras foi muito bem recebido pelo mercado e que houve repercussão positiva, mas questionou o extenso pacote de privatizações. Também nesta semana, e sob a pressão no sentido de demonstrar que conseguirá fechar as contas públicas de 2017 e 2018, o governo federal anunciou a intenção de conceder 57 empreendimentos à iniciativa privada, incluindo o aeroporto de Congonhas e a Casa da Moeda.

“(O lote de privatizações) Me dá a sensação de que não haverá tempo de fazer e que é só algo de cunho de intenção do que a realidade em si. Porque o governo não fez antes se acreditava nisso?”, perguntou Franco. “Mas sabemos como acontece no setor público, quando há oportunidade e circunstância não se pode perder”, disse.