Por Wendell Roelf e Emma Farge

GENEBRA (Reuters) – As detenções arbitrárias de civis se tornaram generalizadas em partes da Ucrânia controladas pelas forças militares russas e grupos armados afiliados, com 270 casos documentados, apontou a representante da Organização das Nações Unidas (ONU) para os Direitos Humanos nesta terça-feira, anunciando planos para impulsionar o monitoramento no país.

As conclusões são fundamentadas em informações de visitas de campo de monitores e entrevistas conduzidas com pouco mais de 500 vítimas e testemunhas de violações de direitos humanos, além de outras fontes de dados, disse a Alta Comissária dos Direitos Humanos da ONU, Michelle Bachelet, no Conselho de Direitos Humanos da entidade em Genebra.

“Apesar das restrições ao acesso, temos 270 casos documentados de detenções arbitrárias e desaparecimentos impostos. Oito das vítimas foram encontradas mortas”, disse Bachelet em uma atualização sobre a situação na Ucrânia no período entre 24 de fevereiro e 15 de maio.

Em um discurso na mesma sessão, a vice-ministra das Relações Exteriores da Ucrânia, Emine Dzhaparova, acusou a Rússia de sequestros em escala “gigantesca”, incluindo o do prefeito de Kherson, Ihor Kolykhayev, e pediu sua libertação imediata e incondicional.

O delegado russo, Evgeny Ustinov, disse que o relatório de Bachelet era parte de uma campanha de desinformação contra seu país com o objetivo de “encobrir os crimes do regime de Kiev”. Moscou nega deliberadamente os ataques a civis desde o início da invasão, em 24 de fevereiro.

As forças russas atingiram alvos na região leste da Ucrânia, em Donetsk, nesta terça-feira para preparar uma esperada ofensiva armada em busca de mais território enquanto a guerra de cinco meses entra em uma nova fase.

(Reportagem de Wendell Roelf e Emma Farge)

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