O partido de Abdullah Abdullah, o principal rival do presidente Ashraf Ghani nas eleições do Afeganistão, acusou neste sábado (12) a Comissão Eleitoral e a Presidência de “fraude sistemática” na contagem dos votos.

“Círculos da Comissão Eleitoral e do Palácio [da Presidência] organizam, em conjunto, uma fraude sistemática”, afirmou em entrevista coletiva Asadullah Saadati, companheiro de chapa de Abdullah no primeiro turno das eleições, realizado em 28 de setembro.

Sem apresentar provas de suas acusações, Saadati alegou que “a contagem não foi feita corretamente”. Segundo ele, foram levadas em conta as cédulas de eleitores que não haviam se registrado na biometria. O sistema começou a ser instalado para evitar que uma mesma pessoa pudesse votar várias vezes.

A Comissão Eleitoral Independente (IEC) reiterou que consideraria apenas os votos das pessoas que tivessem feito o registro biométrico.

A eleição presidencial de 2014 foi marcada por denúncias de fraudes e de irregularidades, graves o suficiente para que os dois candidatos do segundo turno, Ghani e Abdullah, concordassem em compartilhar o poder.

Abdullha Abdullah reivindicou sua vitória dois dias depois do primeiro turno. Seu principal adversário, Ashraf Ghani, fez o mesmo. A IEC reagiu rapidamente, afirmando que nenhum candidato tinha autoridade para se declarar vencedor.

No primeiro turno, a taxa de participação ficou em torno de 27%, a mais baixa da história do país. Observadores independentes apontaram que o rigor e a transparência do processo foi muito melhor do que nos anos anteriores.