O primeiro-ministro da Grécia, Kyriakos Mitsotakis, elogiou nesta quarta-feira (27) o pacote de recuperação do coronavírus da União Europeia como um “grande passo” e afirmou que até mesmo países europeus céticos seriam beneficiados.

A chefe da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, estabeleceu um pacote de 750 bilhões de euros, sendo dois terços em doações – provocando uma recepção fria dos países frugais que preferem empréstimos em vez de doações.

Mitsotakis, cujo resgate de seu país tem sido uma considerável fonte de atrito na Europa, elogiou os esforços da Comissão e do Banco Central Europeu de estender a mão à um bloco que enfrenta uma recessão histórica.

“Este será um grande passo para a União Europeia realmente demonstrar solidariedade de um modo muito tangível e ajudar a todos nós durante a crise”, disse Mitsotakis ao Brookings Institution de Washington e à Universidade de Virgínia em um evento virtual.

“No final das contas, mesmo os países que hesitam e são céticos se devemos seguir neste caminho dependem muito de um mercado único, provavelmente mais do que nós,” afirmou o líder de centro-direita.

Sem mencionar nomes, apontou para os mercados comparativamente abertos do “Quarteto Frugal”, formado por Áustria, Dinamarca, Holanda e Suécia.

“Se o mercado único entrasse em colapso por qualquer motivo, eles pagariam um preço muito, muito alto”, disse.

“O que a Comissão propõe não é bom apenas para nós, é bom para a Europa, é bom para o projeto europeu.”

A Comissão Europeia ganhou o apoio crucial da Alemanha – que pressionou bastante durante a crise econômica da Grécia – e da França, mas precisa da unanimidade entre os 27 Estados-membros.

A Grécia abandonou seu resgate em 2018 e, ao contrário de outros países do sul da Europa como Itália e Espanha, saiu comparavelmente ilesa da COVID-19 após aplicar medidas rigorosas de contenção da doença.