O presidente Donald Trump e o ex-vice presidente Joe Biden farão o primeiro debate de candidatos à presidência dos Estados Unidos nesta terça-feira (29). O evento será transmitido pela CNN Brasil, às 22h. A eleição presidencial norte-americana acontecerá em 3 de novembro.

A Universidade Case Western Reserve, na cidade de Cleveland, em Ohio, será o palco do primeiro enfrentamento dos candidatos, que será moderado por Chris Wallace, da Fox News.

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Wallace abordará o histórico de Trump e Biden, a economia do país, a pandemia da covid-19, assuntos relacionados à Suprema Corte norte-americana, violência nas cidades e integridade das eleições.

Esses assuntos serão abordados, cada um, por 15 minutos. Os candidatos terão 2 minutos para fazerem suas declarações sobre as provocações do moderador. O restante do tempo do tema será direcionado para aprofundamento de discussões.

Público

Diante de dezenas de milhões de telespectadores norte-americanos, o debate se anuncia como um grande evento, embora seu impacto nas eleições de novembro possa ser limitado em um país tão polarizado que poucos estão indecisos.

O primeiro duelo entre Donald Trump e Hillary Clinton em setembro de 2016 registrou um público recorde de 84 milhões de pessoas.

Os números esperados para terça-feira são semelhantes e serão mais do que o triplo da audiência dos discursos do presidente e do seu rival nas convenções republicana e democrata.

Mas é improvável que o duelo mude o voto dos telespectadores e internautas americanos, bombardeados durante semanas pela publicidade eleitoral para a votação de 3 de novembro, ressaltam os analistas.

“O que acontece depois do debate, e como é usado, pode ter mais impacto” do que o próprio debate, aponta Amy Dacey, ex-chefe do Partido Democrata. Os candidatos podem até “tentar fazer seu adversário dizer algo” para depois reutilizar em sua publicidade, diz.

O formato dos debates, estabelecido em 1988 por uma comissão especial, é politicamente neutro e limita os riscos para os candidatos tanto quanto possível.

A pandemia deve apenas modificar ligeiramente este ritual: não haverá público, ou será muito pequeno, e Biden pode aparecer no início com máscara, para sublinhar a gravidade da pandemia de coronavírus que Trump é acusado de minimizar.

Para John Koch, professor especialista em debates na Universidade de Vanderbilt, os eleitores ganhariam com um formato de debate diferente, em que os candidatos debateriam uma questão que os confrontaria, consultando seus assessores e explicando sua decisão ao vivo. Mais próximo dos reality shows, “isso agradaria aos telespectadores e realmente nos ajudaria a ver quem pode ser presidente”, acredita. “Mas não agrada os diretores das campanhas, que querem o mínimo de surpresas”.