Um dia após a fala do presidente Jair Bolsonaro criticando ações de governadores e prefeitos pelas medidas de isolamento social devido ao coronavírus, o prefeito de Campo Grande, Marquinhos Trad (PSD) assinou decreto na noite desta quarta-feira (25) ampliando o toque de recolher decretado na capital do Mato Grosso do Sul.

A partir desta quinta-feira, 26, todo o comércio e a circulação de veículos e pessoas devem paralisar das 20h às 5h. Desde sábado (22), quando foi imposto, o recolhimento ia das 22h às 5h.

A capital sul-mato-grossense foi a primeira do País a decretar a medida, que também suspendeu o transporte coletivo. Conforme o prefeito, a decisão de ampliar em duas horas o confinamento domiciliar deveu-se ao aumento no desrespeito à medida, que ele atribuiu à fala presidencial.

Na noite seguinte ao pronunciamento, o número de denúncias de descumprimento registrado pela Guarda Civil Metropolitana saltou de 270 para 1.100. O prefeito afirmou que aglomerações com mais de 20 pessoas não serão toleradas e que, a partir das 20h, quem estiver na rua sem motivo aceitável será conduzido à delegacia. Os veículos serão apreendidos.

O confinamento ampliado em duas horas vale nos fins de semana, de sexta a domingo – durante a semana será das 22h às 6h. O decreto vigora até 5 de abril, quando a medida será reavaliada. A fiscalização é feita por 55 guardas municipais com o suporte de um drone.

Na noite de quarta, 13 bares que descumpriam o toque de recolher foram fechados. Conforme Trad, o confinamento está amparado em portaria do Ministério da Saúde que decretou emergência em saúde pública de importância nacional, confirmada por lei federal. O Mato Grosso do Sul tem 24 casos confirmados de coronavírus, sendo 22 na capital, mas não registra óbito pela doença.