Todo mundo sabe que a NASA realiza expedições bem-sucedidas sobre o planeta vermelho, mas a sua primeira amostra de Marte parece ter se desintegrado em pedaços. A amostra parece ter desaparecido do rover Perseverance.

Sem sucesso, o rover está caminhando para o sul, rumo ao próximo alvo de amostra, onde os profissionais planejam perfurar a superfície em setembro. Nas primeiras etapas do procedimento para colher uma amostra de Marte, tudo funcionava perfeitamente bem e progredia sem problemas. O rover realizou cada ciclo de maneira correta: perfurou o solo, fechou o tubo com um selo hermético e depois o depositou em um módulo na própria ‘barriga’, em 6 de agosto.

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“O sistema em si operou muito bem”, explica Jennifer Trosper, gerente de projeto do ‘Perseverance Mission’. Entretanto, enquanto os cientistas examinavam os dados, perceberam que o tubo já estava vazio, o que causou grande surpresa e levantou diversos questionamentos.

Esta missão, infelizmente fracassada, se junta a várias outras anteriores, onde lutaram muito para coletar uma amostra de Marte. “Isso é meio que normal quando se trata de missões no planeta vermelho”, diz Trosper. Além disso, ela afirma que “mais uma vez, Marte nos mostra que não é a Terra”, ou seja, cada planeta possui suas próprias particularidades.

Nosso vizinho é um deserto gélido, mas com sinais evidentes de abundância de água. Perseverance pousou no território dos marcianos em fevereiro deste ano, para procurar pistas sobre a vida antiga em uma cratera de 45 quilômetros de largura. A grande expectativa era que a sonda coletasse uma amostra de Marte bem ‘potente’, para que cientistas pudessem estudar mais a fundo.

O processo para recolher esse pedaço de superfície se dividiu em uma série de eventos “coreografados e coordenados’, com um total de 11 dias de duração. Em cinco de agosto, o Perseverance realizou sua primeira tentativa, e quando os profissionais observaram no dia seguinte, ele havia conseguido perfurar o solo.

Mais tarde, por volta das 08h30, o tubo selado estava dentro do veículo espacial, mas os cientistas começaram a olhar o restante dos dados. Antes do tubo com a amostra de Marte ser selado, um braço dentro do rover o empurrou para cima em um sensor para medir o volume do material – não revelando nada dentro. “Começamos a coçar a cabeça”, diz Trosper.

“O hardware funcionou como comandado, mas a rocha não cooperou desta vez”, escreve Louise Jandura, engenheira-chefe da NASA para amostragem e armazenamento em cache do Perseverance, em nota sobre a missão.