Setembro sempre traz inspiração. Mês de renascer, florescer, afinal, é primavera. Neste contexto realizei duas palestras em dos bancos distintos este mês. Uma no Rabobank, instituição suíça com forte presença no agronegócio, e outra no Goldman Sachs Bank. As duas apresentações foram sobre sobre a inspiração para a diversidade e inclusão no mercado de trabalho. Na sede do Goldman Sachs Bank, falei para um grupo de mais de 50 jovens oriundos da periferia de São Paulo, público bem diferente daquele que estou acostumado a falar ultimamente, em sedes de grandes corporações como o Robobank, na qual abordo quase sempre a importância da inclusão e da diversidade no ambiente corporativo.

A palestra no Goldman Sachs fez parte da iniciativa do projeto LFTA (Língua, Inspiração, Foco e Transformação) que tem como objetivo capacitar e qualificar jovens utilizando a linguagem como ferramenta de mobilidade social, oferecendo ensino de língua inglesa e monitoria corporativa para 56 jovens de baixa renda, quase todos negros em seu terceiro ou quarto semestre de graduação. Um trabalho fantástico, de foco estratégico uma vez que o domínio da língua inglesa é fator preponderante para o sucesso no mundo corporativo.

Além do Goldman Sachs, o projeto conta com o apoio de outras grandes instituições: Linkiasters, Alumni, Bloomberg, HSBC-Banco de Investimento, Bank of America, Mckinsey, e tem apoio institucional da embaixada britânica, entre outros.

Ter lugar de fala e servir de inspiração para aqueles jovens me fez rever a minha própria trajetória, que teve início aqui na editora Três,  aos 16 anos de idade, quando tive a primeira boa oportunidade de trabalho na revista IstoÉ. Oportunidade essa que mudaria meu destino, primeiro por cruzar com o cartunista Henfil e depois por tê-lo como inspiração para minha primeira carreira profissional que foi a de cartunista político.

Enfim, a parte mais emocionante da palestra foi quando indaguei ali quem conhecia São Matheus, bairro dos mais distantes da periferia esquecida e carente de oportunidades da nossa capital, onde passei a infância e adolescência. E para a minha surpresa muitos daqueles jovens levantaram as mãos e disseram que vinham de lá.

Naquele momento pude perceber que, diferentemente de décadas atrás, quando eu era sempre um a levantar a mão, hoje, graças a iniciativas como essas, somos alguns dispostos a mudar nossos destinos. E parte do mundo corporativo está entendendo que o que buscamos não é privilégio, mas oportunidades que vão melhorar significativamente este País.

E sua empresa como tem abordado esse assunto?