O Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) caiu 0,13% no primeiro trimestre do ano, a primeira queda desde julho do ano passado. Na época, houve baixa de 0,03% do IBC-Br no trimestre encerrado em julho. Em março, o índice teve recuo de 0,74%, na série com ajuste sazonal, informou a instituição.

Considerando apenas os primeiros trimestres de cada ano, o recuo de 0,13% deste ano é o primeiro desde 2016, quando houve retração de 1,60%. No primeiro trimestre do ano passado, o IBC-Br havia avançado 1,46%. Co isso, o resultado do trimestre ficou abaixo da mediana de 1,3% projetada pelos economistas, conforme levantamento do Projeções Broadcast. O intervalo esperado variava de queda de 0,4% a alta de 1,6%.

O índice de atividade econômica em março veio ainda abaixo do piso do intervalo das estimativas. Para o IBC-Br do terceiro mês deste ano, as expectativas ouvidas pelo Projeções Broadcast eram de declínio de 0,4% a elevação de 0,3%, com mediana negativa de 0,2%. O IBC-Br passou de 137,57 pontos para 136,55 pontos na série dessazonalizada de fevereiro para março, o menor patamar desde setembro de 2017 (136,27 pontos).

Conhecido como uma espécie de “prévia do BC para o PIB”, o IBC-Br serve como parâmetro para avaliar o ritmo da economia brasileira ao longo dos meses. A previsão oficial do BC para a atividade doméstica em 2018 é de avanço de 2,6%, sendo que este número foi informado em março. Já o Ministério da Fazenda projeta PIB de 3,0% em 2018 e em 2019.

Segundo especialistas, o dado mostra que a economia perdeu fôlego nos três primeiros meses do ano e que o cenário de retomada ainda está em um ritmo lento.

Diante das expectativas de crescimento baixo para o IBC-BR do primeiro trimestre, os economistas acreditam que o PIB do período seguirá a mesma dinâmica. No Ibre/FGV, a estimativa é de aumento de 0,3%, enquanto o Banco MUFG do Brasil aguarda 0,4%. Para o fechamento do ano, as projeções são de 2,4% e de 2,0%, respectivamente.

“Há alguns meses havia expectativas de alta em torno de 1% para o PIB do primeiro trimestre, e agora estão bem abaixo disso. Por aí, dá para perceber o tamanho da frustração”, avalia Pedroso, do MUFG. No ultimo trimestre, o PIB subiu 0,1%.

Apesar das leves projeções para o PIB do primeiro trimestre, o Goldman Sachs ressalta em relatório que as perspectivas para o consumo privado e o setor de serviços permanecem construtivas, apoiadas pelo ambiente geral de inflação baixa, aumento do emprego e condições de crédito ao consumidor gradualmente menos exigentes./COLABORARAM MARIA REGINA SILVA E THAÍS BARCELLOS