A Prevent Senior boicotou um projeto cultural liderado por Claudia Raia após a atriz publicar um vídeo da campanha “Ele Não”, em setembro de 2018.

A operadora de plano de saúde enfrenta denúncias de irregularidades na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid-19, por suposto tratamento preventivo à covid-19 não autorizado, com uso de medicamentos sem comprovação científica sugeridos pelo governo federal. O “sucesso” do tratamento chegou a ser usado em fala do presidente Bolsonaro.

O ministério da Saúde retirou de seu site, em maio deste ano, as recomendações de uso da cloroquina, segundo a Revista Piauí. A assessoria do ministério alegou na época que retirou a orientação, publicada em agosto de 2020, porque estava sob análise.

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Em 2018, a empresa cancelou o Teatral, segundo a Folha de São Paulo, após o posicionamento da atriz contra o então candidato à presidência Jair Bolsonaro.

Raia reuniu uma equipe de peso à iniciativa cultural: Adriana Calcanhoto, Rubens Ewald Filho, Ana Botafogo, José Possi Neto, Ingrid Guimarães, Rogério Flausino, Thalita Rebouças, Fernanda Gentil e Felipe Andreoli. O projeto seria exibido no Complexo Aché Cultural, no mesmo edifício do Instituto Tomie Otake, na zona este de São Paulo.

“Após uma postagem pessoal e apartidária nas minhas redes sociais sobre as eleições de 2018, os contratos foram cancelados, tive que cancelar apresentações, trabalhos de curadoria que já estavam fechados. Tudo isso teve um impacto não só para mim como para vários profissionais que estavam envolvidos. E não houve nenhuma explicação sobre o motivo, nada foi dito”, disse a atriz em nota enviada ao jornal.

O projeto estava muito perto do lançamento, com peças publicitárias aprovadas para serem veiculadas. O cancelamento foi repentino e menos de 24 horas após a postagem de Claudia Raia, de acordo com Jarbas Homem de Mello, marido da atriz.

A Prevent Senior alega que “o projeto era bom, mas acabou não se viabilizando”, segundo a Folha.

O diretor executivo da empresa, Pedro Benedito, foi convocado à CPI na quarta-feira (22). A Prevent Senior é acusada de testar medicamentos como a hidroxicloroquina em pacientes e de falsificar atestados de óbito para ocultar o dano causado à saúde pelas drogas apoiadas pelo governo federal no combate à covid-19.