O presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, pediu neste sábado (21) que a Suécia “acabe com o apoio político e financeiro e a entrega de armas a grupos terroristas curdos”, depois de conversar com a primeira-ministra do país nórdico, que apresentou sua candidatura à adesão à Otan.

O líder turco conversou por telefone com a chefe de governo sueca, Magdalena Anderson, o presidente finlandês, Sauli Niinistö e o secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, pela primeira vez desde o início da crise entre Ancara e os dois países nórdicos, por sua vontade de aderir à Aliança Militar.

Em um comunicado divulgado após a conversa com Anderson, Erdogan disse esperar que “a Suécia tome medidas concretas e sérias, que demonstrem que compartilha das preocupações da Turquia sobre a organização terrorista PKK [Partido dos Trabalhadores do Curdistão] e suas ramificações na Síria e no Iraque”.

Erdogan também pede que a Suécia “levante as restrições” às exportações de armas decretadas contra a Turquia em outubro de 2019, após as incursões militares turcas no norte da Síria e no Iraque contra o PKK e seus aliados do YPG. Junto com os Estados Unidos, o país enfrentava a organização jihadista Estado Islâmico.

Após esta primeira conversa, Erdogan conversou com seu homólogo da Finlândia, que também apresentou um pedido de adesão à Otan.

De acordo com a presidência, se referiu ao “direito natural da Turquia de esperar respeito e apoio em sua luta legítima contra ameaças à sua segurança e ao seu povo”.

No Twitter, o presidente Niinistö mencionou uma “troca telefônica aberta e direta com o presidente Erdogan”.

“Enfatizei que, como aliados dentro da Otan, Finlândia e Turquia se comprometeriam com a segurança uma da outra e suas relações seriam fortalecidas”, afirmou Niinitö.

“A Finlândia condena o terrorismo em todas as suas formas. O diálogo continua”, garantiu.

Tanto a Suécia como a Finlândia decidiram romper com décadas de não alinhamento militar, após a invasão russa da Ucrânia, apresentando seu pedido de adesão à Otan. Mas a entrada requer a aceitação unânime de todos os membros da aliança atlântica.

E a Turquia se opõe ao pedido, considerando que esses dois países são santuários do PKK, organização considerada terrorista por Ancara, assim como pelos Estados Unidos e pela União Europeia.