No momento em que a construção de uma federação com o PT enfrenta entraves em torno de candidaturas estaduais, o presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira, foi às redes sociais defender que alianças políticas sejam programáticas, e não apenas eleitorais. Ambos os partidos tentam viabilizar um acordo para se unirem nas eleições de outubro, mas ainda divergem sobre quem terá o direito de indicar a cabeça de chapa nas candidaturas aos governos de Pernambuco, São Paulo e mais quatro Estados.

“Coligação partidária implica em afiar ideias para avançar em um projeto de país. Ela deve ser programática, ideológica, e não apenas eleitoral, sob pena de repetirmos o passado. Precisamos ir além”, escreveu Siqueira.

Diferentemente das coligações – proibidas nas eleições proporcionais desde 2020 -, as federações vão além da disputa eleitoral: criam uma “fusão” temporária entre as siglas envolvidas, que precisam permanecer unidas por pelo menos quatro anos. A presidente do PT, deputada Gleisi Hoffmann, tem defendido que as legendas estarão juntas nas eleições, se não federadas, coligadas.

Em entrevista nesta terça-feira, 18, Siqueira criticou o que chamou de “visão exclusivista” do partido de Lula. Embora se trate de uma “atitude natural” de quem tem a maioria, segundo ele avalia, o partido precisaria ceder espaço para permitir a ampliação do centro.

“Nós estamos dispostos a colaborar com a eleição de Lula, mas também queremos que o PT esteja disposto a colaborar com as nossas candidaturas. Porque, afinal de contas, serão elas todas palanques do presidente Lula por todo o País”, afirmou. As declarações foram feitas ao jornal Correio Braziliense.

O prazo para registro de federações junto ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) termina no início de abril, seis meses antes do pleito. Gleisi Hoffmann e Siqueira se reunirão para discutir esse assunto nesta quinta-feira, 20, em Brasília. Embora ambas as siglas tenham o mesmo interesse no plano nacional – eleger o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva -, as negociações esbarram no desejo de lançar candidatos próprios nos Estados. Em São Paulo, por exemplo, o PT não abre mão da candidatura de Fernando Haddad, que disputaria contra Márcio França (PSB).