O presidente do Parlamento regional da Catalunha, o separatista Roger Torrent, responsabilizou o Estado espanhol, nesta terça-feira (14), pela espionagem de seu telefone celular em 2019, uma acusação logo rejeitada pelo Executivo de Pedro Sánchez.

Em entrevista coletiva hoje, Torrent comentou a informação publicada nos jornais “El País” e “The Guardian”. Ambos apontam que o celular do líder catalão foi espionado por um software de fabricação israelense, o qual se aproveitou de um falha de segurança do Whatsapp.

Torrent foi uma das mais de 100 personalidades espionadas entre abril e maio de 2019, de um total de 1.400 terminais infectados pelo Pegasus, acrescentam os dois veículos, que se baseiam nas investigações do Citizen Lab, uma instituição canadense ligada à Universidade de Toronto.

Ainda segundo os jornais, o programa pode ser comprado apenas por governos e forças de segurança e permite ler mensagens e ativar câmera e microfone remotamente.

“A existência dessas práticas evidencia a existência de uma causa geral contra o separatismo” no Estado espanhol, denunciou Torrent, que pediu que “se investiguem os fatos e se apurem todas as responsabilidades”.

Uma fonte da Presidência do Executivo espanhol negou claramente as acusações e disse à AFP que “o governo não tem conhecimento” de que Torrent, assim como um ativista e a ex-deputada regional catalã Anna Gabriel “tenham sido alvo de uma invasão de seus celulares”.