O presidente libanês, Michel Aoun, anunciou nesta quarta-feira a suspensão das sessões do Parlamento durante um mês para impedir que a Câmara se reúna para prolongar seu mandato pela terceira vez em menos de quatro anos.

Em um discurso transmitido pela TV, Aoun disse ter decidido “adiar as reuniões do Parlamento durante um mês” como autoriza “o texto do artigo 59 da Constituição”.

Este artigo permite ao presidente suspender as sessões da Câmara de deputados por um mês sem revelar as circunstâncias particulares que provocam esta medida.

O mandato do Parlamento devia terminar em julho de 2013, mas os deputados votaram para prorrogá-lo durante 13 meses. Depois, voltaram a prorrogá-lo em novembro de 2014 por dois anos e sete meses, em meio a uma crise política.

Desta vez, as forças políticas não conseguiram entrar em acordo sobre uma nova lei eleitoral, que devia permitir fixar a data e a organização de eleições legislativas nos prazos constitucionais, agora superados.

A Câmara tinha que se reunir na quinta-feira para prorrogar seu mandato mais uma vez.

A Corrente Patriótica Livre, partido fundado por Michel Aoun, e as Forças Libanesas de Samir Geagea, agora aliado de Aoun, convocaram uma manifestação para a quinta-feira no centro de Beirute, perto da sede do Parlamento, com o objetivo de impedir que a Câmara se reúna e prorrogue seu mandato até 20 de junho de 2018.

Michel Aoun foi eleito chefe de Estado em outubro passado, depois de dois anos e meio de vácuo de poder e graças ao apoio inesperado de dois de seus adversários políticos: Geagea e o ex-premiê sunita Saad Hariri, que voltou a ser chefe de governo.

A maioria das forças políticas têm representação no governo, mas estão divididas com relação à lei eleitoral.