O presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, ressaltou o momento de recuperação da economia brasileira, evidenciado, principalmente, pela queda da inflação e da recuperação dos indicadores de alguns setores, durante o evento As Melhores da Dinheiro 2017, em São Paulo.

Segundo Goldfajn, medidas importantes têm sido tomadas para reestruturar a economia brasileira e permitir que o País aproveite a bonança global que tem favorecido as economias emergentes.

“A economia brasileira vive um período de desinflação e recuperação econômica, fruto das medidas econômicas tomadas e da reorganização da política monetária. A continuidade dos ajustes e reformas é importante para a economia, com consequências sobre a inflação e toda a economia”, afirmou.

Goldfajn lembrou de medidas provisórias que foram aprovadas no Congresso e outras que estão em tramitação como fator importante na manutenção da recuperação. Entre as medidas estão a MP 775, que aperfeiçoa as garantias de registros eletrônicos, tornando mais seguras transações eletrônicas, a 777, que institui a Taxa de Longo Prazo (TLP) como a taxa de remuneração dos empréstimos do BNDES, e a 784, sobre instrumentos punitivos contra a inadimplência.

“Essas medidas fazem parte da Agenda BC Mais, a agenda de reformas do Banco Central, que tem como propósito aperfeiçoar o arcabouço jurídico, a eficiência nas operações e a redução do custo de crédito”, disse.

O presidente do BC aproveitou para fazer uma comparação entre os dois momentos. Há um ano, o Brasil enfrentava a recessão econômica e uma inflação próxima de 9% em doze meses. “Nossa situação econômica só apresentou avanços. Com aumentos de 1% e 0,2% no PIB nos primeiros dois trimestres e uma inflação que passou de 9% em agosto do ano passado para 2,5% este ano. Isso mostra que os objetivos são críveis”, afirmou Goldfajn.

A queda da taxa básica de juros (Selic) também foi outro ponto abordado por Goldfajn. “A taxa Selic já recuou 600 bps (de 14,25% ao ano para 8,25% ao ano) desde o começo do ciclo de flexibilização monetária e há expectativas de quedas para frente”, afirmou. “Caso o cenário evolua conforme esperado, o Copom (Comitê de Política Monetária) vê como adequada uma redução moderada da magnitude da flexibilização monetária”, disse, dando a entender que o ritmo de cortes na Selic deve desacelerar.