O presidente mundial da PSA Peugeot Citroën, Carlos Tavares, reforçou o projeto de lançar ao menos dois novos veículos de cada uma das montadoras até 2021, a maior parte com produção no Brasil, e alcançar 5% do mercado nacional, informou o jornal O Estado de S. Paulo. Em visita de três dias ao País, ele destacou o potencial de crescimento do setor e comentou sobre demissão em todo o mundo pela exigência de 40% a cota de veículos elétricos a serem vendidos na Europa até 2030.

Atualmente, as duas marcas francesas alcançam 2% das vendas, e a fábrica em Porto Real (RJ) opera com apenas metade de sua capacidade, que é de 150 mil veículos ao ano, em dois turnos. O grupo ainda opera com prejuízo desde 2012, e na América Latina as contas fecharam empatadas em 2018, após três anos de lucro.

A PSA é a segunda maior montadora da Europa, atrás da Volkswagen, e teve alta de 6,8% nas vendas no ano passado, somando 3,88 milhões de veículos , e aumento de 40% no lucro, para 3,3 bilhões de euros.

Elétricos e demissões

Apesar do otimismo com os últimos resultados, Tavares alertou para um cenário de fechamento de unidades e demissões em massa caso seja mantida a decisão do Parlamento Europeu de fixar em 40% a cota de veículos elétricos a serem vendidos na região até 2030. A decisão foi tomada em outubro passado e corresponde ao dobro do sugerido pelas montadoras.

Segundo ele, já em janeiro houve sinalizações de diversas empresas na demissão de 30 mil funcionários até 2020 pela mudança na lei. Tavares concorda que mudanças para a preservação ambiental devem ser tomadas, mas que a proposta do Parlamento Europeu é precipitada e drástica para a sociedade.