SÃO PAULO (Reuters) – O presidente-executivo da Petrobras, José Mauro Coelho, pode renunciar ao cargo nesta segunda-feira, em meio à pressão crescente de políticos depois que a estatal anunciou um novo reajuste de preços de combustíveis na semana passada, informou o jornal O Globo. A reportagem mencionou relato de membros do conselho de administração da Petrobras que conversaram com Coelho durante o fim de semana. A Petrobras não respondeu imediatamente a um pedido de comentário.

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Coelho foi nomeado pelo governo do presidente Jair Bolsonaro no início de abril, mas demitido menos de dois meses depois, quando o governo decidiu escolher o alto funcionário do Ministério da Economia, Caio Mario Paes de Andrade, para o principal cargo da Petrobras. Paes de Andrade, no entanto, só pode assumir depois de eleito para o conselho de administração da Petrobras, e Coelho vem se mantendo no cargo por enquanto.

Na sexta-feira, depois que a empresa anunciou que aumentaria os preços da gasolina e do diesel em suas refinarias, o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), pediu a renúncia de Coelho, dizendo que sua gestão foi “um ato de terrorismo corporativo” e acusando-o de trabalhar “sistematicamente contra o povo brasileiro”.

Bolsonaro, que enfrenta uma campanha de reeleição difícil no pleito de outubro em meio à inflação elevada impulsionada pelos preços da energia, disse que o aumento foi uma traição ao povo brasileiro e que ele e Lira conversaram sobre a abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) sobre o conselho de administração da Petrobras.

O Globo informou que os membros do conselho também estavam pedindo a renúncia de Coelho, e que tal decisão poderia impedir o movimento de Lira para iniciar a investigação.

(Por Gabriel Araujo)

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