Após denúncia de assédio sexual feita pelo jornalista Ronan Farrow em reportagem publicada na Revista The New Yorker, Leslie Moonves, presidente da emissora de TV americana CBS por mais de 20 anos, renunciou seu cargo. O texto, escrito pelo mesmo jornalista que denunciou os casos de abuso do produtor Harvey Weinstein, trouxe depoimento de seis mulheres que foram molestadas pelo executivo. Entre elas está a atriz Illeana Douglas. A alegação mais antiga data até os anos 1980.

Uma das denúncias dizia que Moonves forçou uma funcionária a realizar sexo oral para ele, e que depois a jogou contra a parede. Já Illeana disse que o considerava como um pai, mas que em uma reunião para discutir o roteiro de uma série, Monoves avançou em direção a ela, forçando beijá-la. Todas as seis denunciantes também disseram que após o casos – e as negativas por parte delas – Moonves começou a tratá-las com hostilidade.

Motivado pelo movimento #MeToo, em dezembro Moonves ajudou a fundar a Comissão para a Eliminação do Assédio Sexual e para o Avanço da Igualdade no Trabalho, criado por grandes nomes da indústria do entretenimento após as acusações que causaram efeito cascata em Hollywood.

A renúncia foi feita na manhã do último domingo (9) e tem efeito imediato segundo a empresa, que ainda declarou ter encomendado uma investigação interna. Caso seja provado os casos, a CBS se comprometeu a doar US$20 milhões para organizações que apoiem o movimento #MeToo. O dinheiro seria referente a indenização da saída de Mooves da empresa. Em julho outras seis mulheres também acusaram o ex-presidente da CBS de assédio sexual.

Moonves nega veementemente as acusações, a qual diz fazer parte de uma campanha para difamá-lo. Com sua saída, Joseph Ianniello, então diretor operacional da CBS, assume interinamente o cargo de presidente.