O presidente da Armênia, Armen Sarkisian, anunciou neste sábado (27) sua recusa a assinar a ordem para destituir o comandante do Estado-Maior do exército, que o primeiro-ministro decretou após acusar as Forças Armadas de uma tentativa de golpe.

“O presidente da República, no âmbito das seus poderes constitucionais, devolveu o projeto de decreto com objeções”, afirma um comunicado oficial, antes de considerar que a crise “não pode ser resolvida com frequentes mudanças de funcionários”.

A decisão do chefe de Estado armênio aprofunda a crise política nesta ex-república soviética no Cáucaso, que começou com a derrota da Armênia para o Azerbaijão na guerra pelo controle da região de Nagorno-Karabakh em novembro.

Diante do risco de um desastre, o primeiro-ministro Nikol Pashinyan aceitou, com o apoio do exército e de seu Estado-Maior, um cessar-fogo negociado pelo presidente russo, Vladimir Putin, que implicou em perdas territoriais para a Armênia.

Mas as divisões aumentaram na quinta-feira, quando Pashinyan desafiou um pedido dos militares para sua renúncia, acusou o exército de tentativa de golpe e ordenou a destituição do chefe do Estado-Maior, Onik Gasparian.

Na manhã deste sábado, quase 5.000 manifestantes da oposição, que exibiram bandeiras armênias e pediram a renúncia do chefe de Governo, se reuniram diante do Parlamento em Yerevan, onde alguns estão acampados.

“Hoje Pashinyan não tem nenhum apoio. Peço aos serviços de segurança e à polícia que se unam ao exército, que o apoiem”, disse o ex-primeiro-ministro Vazgen Manukian, nome que a oposição deseja para liderar um novo governo.

“Tenho certeza de que a situação será resolvida em dois ou três dias”, disse à multidão.