O presidente da Argentina, Alberto Fernández, disse que a oferta que seu governo apresentou na semana passada para o swap de cerca de US$ 66 bilhões em dívidas “é a mais recente”.

“Uma (primeira) oferta foi feita (em abril). Vimos que estávamos longe de suas aspirações, a revisamos e fizemos o máximo esforço e esta é a última oferta. Espero que entendam”, esclareceu Fernández em entrevista nesta segunda-feira à Rádio La Patriada FM.

A proposta argentina de troca de títulos emitidos de acordo com a legislação estrangeira oferece o pagamento de uma média de US$ 53,5 por US$ 100 emprestados, em comparação à oferta anterior de US$ 39 por 100 que foi rejeitada em maio.

O período de carência foi reduzido de três anos para um e a Argentina começaria a pagar vencimentos em setembro de 2021.

“Estamos tentando nos aproximar dos credores, já fizemos o último esforço. Não vamos pagar a dívida adiando os interesses dos argentinos”, afirmou Fernández.

“Não podemos fazer mais do que isso e esperamos que entendam por que não vamos mudar. Trabalhamos muito a sério e de boa fé, e isso foi reconhecido pelo Fundo Monetário Internacional (FMI), pelo G20, pela França e pela Alemanha, todos elogiaram o esforço argentino que ocorre neste contexto de pandemia”, acrescentou.

A oferta argentina estará aberta até 4 de agosto. No enatnto, dois grupos de credores, Ad Hoc e Exchange Bondholders, declararam que não estão satisfeitos e fizeram modificações na proposta em busca de um acordo.

“Embora não tenhamos aceitado a proposta da Argentina, parece-nos que ela fornece uma base para um acordo construtivo. Estamos prontos para discutir algumas modificações na oferta que permitam uma reestruturação consensual”, disseram eles em comunicado na semana passada.

A Argentina entrou em default em 22 de abril, deixando de pagar os juros de três dos títulos sujeitos a swap.

A dívida pública da Argentina totaliza 324 bilhões de dólares, quase 90% de seu Produto Interno Bruto.

A Argentina está em recessão desde 2018 e espera-se que sua economia sofra ainda mais devido à pandemia de COVID-19. O FMI estimou uma queda de 9,9% no PIB este ano.