Recomendar frutas e verduras ao invés de remédios para gente doente parece a primeira vista uma medida sem muita ligação com a realidade. Porém, um estudo publicado na revista PLOS Medicine mostrou que recomendar alimentos naturais pode ser mais efetivo economicamente do que gastar em fármacos produzidos em laboratórios.

Segundo a pesquisa, recomendar frutas, verduras e outros alimentos saudáveis pode prevenir uma série de casos de diabetes e problemas cardiovasculares, podendo economizar milhões de dólares em tratamento. “O poder da comida na medicina é incrivelmente claro” afirmou Dariush Mozaffarian, autor da pesquisa e decano da Friedman School of Nutrition Science and Policy da Universidade de Tufts.

O foco da pesquisa é o subsídio de frutas e verduras pelo governo como maneira de diminuir custos com remédios através de tratamentos preventivos. Eles testaram dois modelos: 30% dos custos de frutas e verduras seriam pagos pelo estado, no outro, 30 de frutas, verduras e outros alimentos saudáveis como grãos e frutos do mar seriam subsidiados.

O resultado do primeiro modelo mostrou que caso aplicado, o sistema poderia prevenir 1,93 milhões de doenças cardiovasculares e evitar 350 mil mortes por esta causa. Já a segunda hipótese seria ainda mais efetiva, evitando 3,28 milhões de problemas com o coração, poupando a vida de 620 mil pessoas, além de evitar 120 mil casos de diabetes. A economia com tratamentos médicos do subsidio de frutas e verduras seria de US$ 40 bilhões, enquanto a adição de grãos e outros alimentos saudáveis evitaria gastos de até US$ 100 bilhões.

“Isso custa dinheiro, mas isso é minimizado pela diminuição dos gastos com remédios e tratamentos médicos”, diz Mozaffarian. “Quando você vê o custo anual de cada vida salva, vê que as intervenções são cost-effective”.