O primeiro-ministro da Grécia, Kyriakos Mitsotakis, se defendeu nesta quinta-feira (25) no Parlamento das acusações de que tentou encobrir um escândalo de violações em série de menores, no qual o ex-diretor do Teatro Nacional Dimitris Lignadis, nomeado por seu governo, está envolvido.

Mitsotakis acusou a oposição e a imprensa de esquerda de arrastar o debate público pela “lama” e de ter espalhado o “veneno da demagogia”.

Parte da oposição e da imprensa exigem a “renúncia” da ministra da Cultura, Lina Mendoni.

“Por que o governo não demitiu Lina Mendoni?”, questionou Alexis Tsipras, líder do partido de esquerda Syriza, que acredita que o governo não assumiu “responsabilidade política” por esse escândalo.

O debate parlamentar aconteceu nesta quinta-feira, quando o ex-diretor do Teatro Nacional, Dimitris Lignadis, deveria prestar depoimento ao promotor pelas acusações de violação de menores, incluindo de algumas crianças refugiadas.

Lignadis estava detido desde o fim de semana. Nesta quinta, ele negou novamente no tribunal que havia cometido abuso sexual e disse que não estava em Atenas no momento dos crimes. Mas, depois de ouvir várias testemunhas durante a noite, o promotor e o juiz concordaram em colocar o famoso diretor em prisão preventiva.

Dimitris Lignadis, 56, renunciou em 6 de fevereiro, citando um “clima tóxico de rumores, insinuações e vazamentos”.

Os partidos da oposição criticam o governo por demorar para abrir a investigação, o que pode ter levado à destruição de provas.