O primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, iniciou nesta terça-feira uma visita histórica à Macedônia do Norte, a primeira desde a independência do país, em 1991, que mudou seu nome no ano passado para encerrar uma disputa com a Grécia.

Tsipras e o primeiro-ministro norte-macedônio, Zoran Zaev, que se encontraram em Skopje, comemoraram o momento “histórico” para seus países.

“Hoje, a nossa República recebe pela primeira vez em sua história em visita oficial um primeiro-ministro grego”, disse Zaev.

Já Tsipras disse que “estão recuperando do tempo perdido para construir uma amizade profunda, não apenas entre os governos, mas entre os povos”.

O acordo assinado entre Skopje e Atenas em junho de 2018, aprovado em janeiro pelos parlamentos dos dois países, selou a mudança de nome da Macedônia para Macedônia do Norte.

Isto pôs fim ao veto grego à adesão do país à Otan e à sua aproximação com a União Europeia.

A Grécia reivindicava o uso exclusivo do nome Macedônia para sua província localizada no norte, desde que a Macedônia proclamou sua independência em 1991.

Para os gregos, a Macedônia pertence ao seu patrimônio histórico.

Tsipras viajou acompanhado por dez ministros e dezenas de empresários. Os dois países querem provar que estão aproveitando esse acordo para pôr fim a uma luta política de quase três décadas.

Apesar do reconhecimento internacional, o descontentamento é palpável entre as populações dos dois países.

Na Macedônia do Norte, uma parte da opinião pública estima que as concessões feitas a Atenas foram muito importantes. O presidente Gjorge Ivanov, próximo da oposição de direita, se recusa a assinar as leis adotadas pelo Parlamento desde que o país mudou de nome.

Tsipras admitiu na segunda-feira que “uma parte importante do povo grego” continua “seriamente preocupada” com o acordo.

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