ISLAMABAD (Reuters) – O primeiro-ministro do Paquistão, Imran Khan, indicou neste sábado que pode não aceitar uma votação para retirá-lo do poder, alegando que essa movimentação estava sendo orquestrada pelos Estados Unidos.

Os partidos de oposição dizem que Khan não conseguiu ressuscitar uma economia atingida pela pandemia de coronavírus ou cumprir promessas de tornar o seu governo mais transparente e responsável, e apresentaram uma moção de censura que deve ser votada neste domingo.

“Como posso aceitar o resultado quando todo o processo não tem crédito?”, disse Khan, a um seleto grupo de jornalistas estrangeiros em seu escritório. “Democracia funciona com base em autoridade moral –que autoridade moral resta após essa conivência?.”

“A movimentação para me retirar do poder é uma interferência flagrante em política doméstica pelos Estados Unidos”, disse, classificando-a como uma tentativa de “mudar o regime”.

Khan, que já perdeu a sua maioria parlamentar após aliados saírem da coalizão do governo para se juntarem à oposição, pediu que seus apoiadores fossem às ruas no domingo antes da votação.

Horas antes de ele falar, o chefe do Exército, general Qamar Javed Bajwa, havia dito que o Paquistão queria expandir seus laços com Washington.

O presidente norte-americano, Joe Biden, não ligou para Khan desde que assumiu o poder, mas a Casa Branca negou que está tentando derrubá-lo.

(Reportagem de Asif Shahzad e Gibran Nayyar Peshimam; Reportagem adicional de Syed Raza Hasan)

((Tradução Redação São Paulo 55 11 56447751))REUTERS RS

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