O primeiro-ministro kosovar, Ramush Haradinaj, que foi comandante da guerrilha do Exército de Libertação de Kosovo (ELK) no conflito com Belgrado, anunciou nesta sexta-feira (19) que renunciará após ser convocado como suspeito de crimes de guerra em Haia.

“Fui convocado pelo tribunal especial como suspeito e me ofereceram ir como primeiro-ministro, ou como um cidadão comum de Kosovo. Escolhi o segundo”, disse Haradinaj à imprensa.

Apoiado pela União Europeia, o tribunal de Haia foi criado em 2015 para julgar os crimes de guerra supostamente cometidos pelo ELK, em particular contra sérvios, romanos e opositores políticos kosovar-albaneses durante a guerra e depois dela.

“A responsabilidade de iniciar as consultas para fixar a data das eleições recai agora no presidente. Me ofereço ao povo novamente para conquistar sua confiança. Não sou acusado, mas serei interrogado”, disse ele, depois de uma reunião do governo.

Em uma entrevista concedida à AFP no começo desse ano, Haradinaj disse que Kosovo responderá a todas as demandas do tribunal.

Em meados de janeiro, o tribunal especial iniciou os interrogatórios em Haia, por onde já passaram outros dois antigos dirigentes do ELK – Rrustem Mustafa-Remi e Sami Lushtaku.

De acordo com a imprensa em Kosovo, as primeiras acusações devem começar este ano. Os jornais locais especulavam, com frequência, sobre o indiciamento de Haradinaj, assim como a do presidente Hashim Thaçi e a do presidente do Parlamento, Kadri Veseli.