O primeiro-ministro belga, Charles Michel, anunciou nesta terça-feira (18) sua renúncia na Câmara dos Deputados, destacando que a Casa não ouviu seu apelo a permanecer no cargo após a renúncia dos ministros nacionalistas flamencos.

“Portanto, tomei a decisão de apresentar minha renúncia e minha intenção é ir perante o rei imediatamente”, anunciou depois de um debate na Câmara, sob a ameaça de moção de censura apresentada pela esquerda.

Desde 9 de dezembro, quando deixaram o governo os ministros nacionalistas flamencos do N-VA, Michel era o líder de um governo que ficou privado da maioria na Câmara dos Deputados.

Este partido flamenco, sob a direção do prefeito de Amberes, Bart De Wever, tinha imposto certas condições para apoiar o governo de “Michael II”, e votar o orçamento de 2019.

Mas estas condições, que incluíam a possibilidade de reabrir as discussões sobre questões constitucionais, foram consideradas “inaceitáveis” pelo primeiro-ministro.

“Constatei que havia novas condições que ameçavam lançar o país (…) em eleições antecipadas. Não aceitamos estas condições”, disse nesta terça-feira aos parlamentares.

O N-VA, primeira força política na Câmara, com 31 assentos de um total de 150, tinha retirado seu apoio à coalizão que integravam na véspera da viagem de Charles Michel para aprovar o Pacto sobre a migração da ONU em nome da Bélgica, em 10 dezembro em Marrakech (Marrocos).