As prefeituras do Rio de Janeiro e de São Paulo assinaram hoje (31) um acordo de cooperação para a realização de ações conjuntas na área de saúde. Entre elas, figura o plano para realizar compras conjuntas de insumos, medida que pode provocar queda nos preços cobrados por fornecedores.

A previsão das prefeituras é que os custos caiam cerca de 20%. Os primeiros processos licitatórios para compra de remédios e outros insumos devem ocorrer em dezembro e vão respeitar os trâmites legais previstos pelos dois municípios.

“As duas maiores cidades do país vão comprar mais por menos”, disse o prefeito paulistano, João Doria, que acrescentou: “Isso é um princípio óbvio da gestão privada. Se você tem mais força de compra, compra melhor e paga menos”.

Os prefeitos João Doria e Marcelo Crivella assinaram o acordo, no Rio de Janeiro, em meio a declarações de amizade e defesa de parcerias com o setor privado. Doria contou que Crivella era amigo de seu pai, o empresário João Doria, e também seu amigo de longa data. O prefeito de São Paulo disse que a aproximação com Crivella não tem relação com as eleições de 2018 e afirmou que a viagem ao Rio foi para uma aliança de gestão.

O acordo assinado prevê também a importação para o Rio do programa Corujão da Saúde, que realiza consultas e cirurgias durante a noite e a madrugada.

O programa está em vigor desde janeiro em São Paulo e deve ser promovido no Rio com a parceria de unidades de saúde privadas como a Rede D’Or, Hospital São Silvestre e Policlínica de Botafogo.

O prefeito do Rio defendeu a parceria com o setor privado e disse que, antes, havia pudor em buscar a ajuda de empresários por medo de insinuações de corrupção.

“Isso [as parcerias] não quer dizer que existem compromissos pré-acertados, malícia ou maldade. São cidadãos que estão unindo as mãos para prestar serviços”, explicou.

A cerimônia de assinatura do acordo teve manifestação de médicos contratados por Organizações Sociais (OS) que prestam serviço para a saúde no Rio. Os médicos estão em greve e cobram o pagamento de salários atrasados e a reposição de insumos em falta nas unidades de saúde.

O prefeito disse que os pagamentos atrasados devem ser feitos ainda nesta semana e afirmou que a parceria com a prefeitura de São Paulo vai ajudar a equacionar a falta de insumos.

Táxis

A prefeitura de São Paulo deve importar a plataforma Taxi.Rio, desenvolvida pela Empresa Municipal de Informática visando auxiliar no contato entre taxistas, passageiros e a prefeitura. A plataforma permite calcular o tempo e o preço da viagem e negociar descontos com motoristas.

O prefeito do Rio defendeu o programa como uma forma de impedir que os táxis regulamentados pela prefeitura sejam “asfixiados” pela concorrência com aplicativos como o Uber e o Cabify. “Nada contra os aplicativos. O que não queremos é que acabem os táxis regulamentados pela prefeitura”, disse Crivella.