Sem fazer a dispersão, as equipes de limpeza da Prefeitura de São Paulo iniciaram a lavagem da Avenida Brigadeiro Faria Lima, em Pinheiros, na zona oeste, no meio aos foliões que foram brincar o carnaval no Largo Batata. A região recebeu o desfile do Ma-Que-Bloco ontem.

A limpeza começou às 23 horas, quando as ruas ainda estavam lotadas, embora boa parte do público do bloco já tivesse ido embora. À frente do carro da limpeza, iam viaturas da Polícia Militar. Na medida em que o caminhão passava, o tráfego para veículos também era liberado no local.

Meia hora antes, já havia encerrado o Baile da Tulipa Ruiz, que ocorreu no Largo da Batata. O palco, pensado para atrair o público de blocos da região e tentar evitar incômodos para moradores, não impediu que as ruas adjacentes fossem ocupadas pelos foliões até mais tarde. O horário de dispersão na Subprefeitura de Pinheiros deveria ser às 20 horas.

À tarde, milhares de pessoas seguiram o trio do Ma-Que-Bloco, que só parou de tocar às 20h15. Muito lixo ficou acumulado nas ruas, boa parte dele formada por cacos de vidro de garrafas quebradas – item que, segundo a gestão Joao Doria (PSDB), seria proibido nos blocos.

Durante o desfile, a reportagem não viu policiais militares e presenciou ao menos quatro confusões que foram contidas pelos próprios foliões. Apenas uma base comunitária da PM e algumas motos da Rocam eram mantidas dentro de um cercadinho ao lado da Estação Faria Lima, do Metrô.

Em uma das brigas, por volta das 21 horas, um jovem recebeu uma garrafada no rosto e sofreu cortes na altura do olho. Ele foi socorrido por amigos. Segundo testemunhas, a confusão envolveu dois grupos formados por seis pessoas cada um. Nenhum policial apareceu.

A Estação Faria Lima manteve apenas um acesso liberado e quem precisou pegar o metrô acabou enfrentando filas. A reportagem presenciou um princípio de tumulto em que dois jovens trocaram empurrões.