O prefeito de Moscou, Serguei Sobianin, apoiado pelo Kremlin, foi reeleito, de acordo com os resultados divulgados nesta segunda-feira, um dia depois de uma jornada eleitoral marcada pela detenção de mais de mil manifestantes que criticavam o projeto de reforma da Previdência.

Sobianin, prefeito da capital russa desde 2010, recebeu 70,02% dos votos, de acordo com a Comissão Eleitoral. O índice de comparecimento às urnas foi de 30,8 %.

Nas eleições municipais anteriores, em 2013, Sobianin evitou por pouco um segundo turno contra o principal opositor do Kremlin. Alexei Navalny, que recebeu quase 25% dos votos.

Desta vez, no entanto, as autoridades proibiram a participação de muitos opositores, começando por Navalny. Também foram impedidos de disputar Ilya Yashin, ligado ao opositor assassinado Boris Nemtsov, o ex-deputado de oposição Dmitry Gudkov e o ativista gay Anton Krasovski.

O dia de votação foi marcado por protestos em 10 cidades russas contra a reforma da Previdência.

Um total de 1.018 manifestantes foram detidos, principalmente em São Petersburgo e Ekaterimburgo, de acordo com a associação OVD Info, que contabiliza as detenções políticas.

Em Moscou, a polícia abriu duas investigações por violência contra as forças de segurança,, de acordo com a OVD info.

O projeto de reforma da Previdência, anunciado em junho, é o primeiro em quase 90 anos e prevê o aumento da idade de aposentadoria dos 55 aos 63 anos para as mulheres e dos 60 aos 65 para os homens.

A medida é muito impopular, o que levou o presidente Vladimir Putin a alterar a proposta e de elevar para os 60 anos a idade de aposentadoria das mulheres.